Xiu é o meu Falo.


Maldito seja o sábio que no auge de sua sapiência proferiu a insólita frase "A palavra é prata, o silêncio é ouro." Esse rebento de uma meretriz teve a sagacidade sacana de usar a voz para calar pessoas. Até porque se fosse assim os mudos seriam os mais proficientes e ricos do planeta, não que alguns não o sejam, mas sem déficit nenhum.

Use sua voz, elogie o vestido da Dinorá, cante no chuveiro, cante fora do chuveiro sem se importar com a desafinação, fale com você no espelho afinal de contas é bom falar com quem agente mais ama. Ouça ponderadamente as palavras proferidas por terceiros.

Palavras construíram pirâmides, mundos, versos, emoções, Deus, amor.
Palavras destruíram pirâmides, universos, emoções, Deus, amor.

E a palavra é só uma das formas de quebrar o silêncio, o qual está intimamente relacionado com qualquer tipo de estagnação e contra qualquer tipo de evolução.

Foi dado a vós o superpoder da fala, mas use-o com calma herói, não somos anjos em voo vindos do céu, mas gente comum que ama de verdade, gente que acredita em um mundo verdadeiro, gente que se encontra caminhando pela cidade.
Somos a voz dos que tem voz, e há muito se calaram sem coragem pra dizer.

Somos a inspiração de nosso parceiro, somos o ódio cultivado por nós mesmos e mais que isso, somos humanos (ou dançarinos ?).

um grande abraço,

Paulinho.

Sobre grilos e Joãos

Em uma tarde não muito ensolarada em alguma parte do litoral brasileiro seguia sorrateiro e sorridente João do Grilo, ser humano alto, caucasiano, sorriso amarelo; o fidedigno clichê da boa pinta, a não ser pelo nome. Como sempre fazia todas as tardes, João, parava na ultima grande pedra da praia para refletir sobre a vida, o universo e tudo mais.Também pudera, Johnnie estava desempregado e tinha tempo de sobra para pensar na vida.

Enquanto fitava as nuvens que cobriam o sol e divagava sobre a importância do pula-pula na sociedade contemporânea o observador Johnnie vislumbrou o céu mudar seu aspecto, o cinza claro, fora substituído por um laranja, mas em apenas um ponto do céu. O Laranja viera do espaço, rasgando a atmosfera rapidamente, definitivamente um meteoro, nada épico, mas relevante, caíra no mar, não muito longe do espectador.

O mar recuara cerca de 2 metros desde que a coisa laranja caíra no mar. Boa coisa não podia dar! Johnnie levantou da pedra rumo ao continente sem hesitar, o futuro Sr. Grilo na sua falta de hesitação em levantar da pedra, hesitou ao apoiar o pé no ponto seguro da pequena pedra, de 8 metros de altura, obviamente caiu de lá de cima. A água ficara vermelha e Johnnie Grilo fora varrido da existência.

Pouco antes disso um grilo vagava despreocupado pelo mato. Um grilo é definitivamente a inflexão errada para definir este grilo em específico, que era bem maior que a maioria e media um polegar de um adulto bem alimentado em comprimento. Seu tamanho atroz era digno de estudo, o que estava sendo feito se não fosse o descuido de seu antigo dono/alimentador que deixara a jaula aberta por toda a noite anterior, afinal o grilo precisa tomar um ar. João era o nome do caretaker, não o João do Grilo, outro João.

O grilo do João, matreiro como muitos no Brasil, decidiu deixar de lado a Sociedade de controle do João qualquer, para pular por aí livremente. Pulara a tarde toda na terra batida e buscava um descanso para suas 6 patas articuladas, afinal ninguém é de ferro. Fora para a areia, quase sendo pisoteado por um homem caucasiano de meia altura que andava sorrateiro e sorridente na direção das pedras ao fim da praia.

O inseto, focava o céu , pouco depois, na mesma praia. O céu passara de um cinza claro nublado para um cinza claro nublado com uma bola de fogo laranja que caíra em algum ponto do mar, não muito longe dalí. Uma parte dele estava estupefada com a baleza da visão, mas havia um pequeno grupo de neurônios insistentes e ambíguos do lado errado das sinapses fazendo pichações no muro do vislumbramento, algo tão sutil quanto uma bola de fogo caindo do céu, o mar regredindo alguns metros e um homem pulando de uma pedra com 8 metros em outras pedras abaixo avisaram-no que algo estava errado.

O pequeno pulara como nunca rumo à terra batida, até que infelizmente, a meretriz que é a aranha fiandeira decidiu usar a noite para criar uma teia. O grilo do João se encontrava em meio esta. Em êxtase viu tudo ficar calmo, viu as ondas pararem de assolar a praia por meio minuto até que a Maior delas ceifou seu exoesqueleto de quitina como se fosse água. Fora o Fim de João do Grilo e do Grilo do João.

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!Paulo

Cronica de Criatividade em PP

AAAaaa Caeiro

XXVIII
Alberto Caeiro

"Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos...."

Concordo.